Presidente da Comissão Europeia defende relações mais justas durante cúpula em Pequim, alertando para os perigos do populismo autoritário e da narrativa conveniente que mascara desequilíbrios econômicos.
Em um momento crucial para a geopolítica global, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, posicionou-se firmemente durante a cúpula UE-China realizada em Pequim, em julho de 2025, defendendo um reequilíbrio urgente nas relações bilaterais. Diante do presidente chinês Xi Jinping, von der Leyen enfatizou que as relações entre a União Europeia e a China chegaram a um “ponto de inflexão”, onde o estatismo excessivo de Pequim, com subsídios estatais que inundam mercados globais, ameaça a soberania econômica europeia e os princípios de livre comércio. Essa postura não é mero discurso diplomático, mas um alerta para que os europeus reflitam sobre como o Estado inchado chinês, semelhante a exemplos de chavismo na América Latina, pode corroer liberdades e prosperidade se não for confrontado com lei e ordem no comércio internacional.
Essa cúpula, que marcou o 50º aniversário das relações diplomáticas entre a UE e a China, expôs as fissuras profundas em uma parceria que outrora prometia prosperidade mútua, mas agora é vista por muitos como desequilibrada em favor de Pequim. Von der Leyen, conhecida por sua abordagem pragmática, mas firme, destacou a necessidade de “derisking” – uma estratégia para reduzir dependências econômicas arriscadas –, argumentando que o superávit comercial chinês de centenas de bilhões de euros anuais não pode ser sustentado sem reformas. “Reequilibrar nossa relação bilateral é essencial”, declarou ela, ecoando um otimismo liberal-conservador que prioriza o mérito sobre agendas ideológicas. Mas será que essa declaração basta para romper o ciclo de demagogia que Pequim usa para manter sua hegemonia?
Um Ponto de Inflexão Geopolítico
A cúpula ocorreu em meio a tensões crescentes, impulsionadas pela guerra na Ucrânia e pela aliança sino-russa, que von der Leyen criticou abertamente. A China, sob Xi, tem sido acusada de apoiar indiretamente Moscou, fornecendo tecnologias e bens que sustentam o esforço de guerra russo. Nesse cenário, a líder europeia alertou que a parceria UE-China não pode avançar sem um compromisso genuíno com o Estado de Direito internacional. “Temos chegado a um ponto de inflexão. Reequilibrar nossa relação é essencial”, disse von der Leyen em uma coletiva de imprensa conjunta, destacando como o ativismo de Pequim em subsídios estatais cria uma narrativa de competição justa que, na realidade, sufoca investimentos europeus.
Reflita, leitor: em um mundo onde o populismo autoritário latino-americano, como o chavismo na Venezuela, serve de espelho de alerta para erosão institucional, não seria hora de a Europa questionar se a tolerância com o estatismo chinês não leva ao mesmo destino? A ditadura venezuelana, com seu controle estatal sobre a economia, resultou em miséria e migração em massa – um padrão que a direita conservadora sempre denuncia como o fim inevitável do populismo. Aqui, von der Leyen parece ecoar essa crítica, priorizando a liberdade de expressão econômica sobre o controle centralizado. Mas o que Pequim realmente oferece além de promessas vazias?
Priorizando o Mérito sobre a Lacração
Durante as discussões, von der Leyen foi direta ao apontar desequilíbrios comerciais, como o excesso de exportações chinesas subsidiadas em setores como veículos elétricos e painéis solares. “Se nossa parceria quiser avançar, precisamos de um reequilíbrio genuíno”, afirmou ela duas semanas antes da cúpula, preparando o terreno para negociações contenciosas. Essa linguagem reflete uma rejeição ao wokismo cultural que, em contextos globais, pode mascarar agendas identitárias em detrimento do mérito econômico. Em vez de ceder à patrulha do politicamente correto, que muitas vezes silencia críticas ao regime chinês por medo de acusações de xenofobia, von der Leyen optou por uma abordagem baseada em fatos: a China deve abrir seu mercado para investimentos europeus, reduzindo barreiras que favorecem empresas estatais.
Pense nisso: em um Brasil que dá certo, como defendem os liberais-conservadores, o progresso vem do mercado livre e da meritocracia, não do estatismo que inchado que sufoca investimentos. Aplicando esse frame à Europa, von der Leyen está defendendo que a UE volte ao mérito versus guerras culturais, priorizando competência econômica sobre narrativas ideológicas. Mas será que os burocratas de Bruxelas, muitas vezes acusados de vida real versus Brasília – ou, no caso europeu, versus Bruxelas –, entenderão que a vida real dos cidadãos exige proteção contra o dumping chinês?
A Engenharia de Narrativa de Xi Jinping
Do lado chinês, Xi Jinping respondeu com advertências, instando os líderes europeus a fazerem “escolhas estratégicas corretas”. Essa retórica soa como demagogia, enfraquecendo pesos e contrapesos internacionais ao pintar a China como vítima de protecionismo ocidental. Porta-vozes chineses, como o do Ministério das Relações Exteriores, questionaram o progresso nas negociações, mas sem compromissos concretos. Aqui, vemos a engenharia de narrativa em ação: Pequim fabrica uma versão conveniente onde subsídios estatais são “desenvolvimento sustentável”, enquanto críticos são rotulados como agressores.
Essa tática lembra as ameaças à democracia na América Latina, onde regimes populistas usam discursos nacionalistas para justificar controle. Reflita: sem liberdade de expressão versus censura, como na China, onde dissidentes são silenciados, como pode haver debate genuíno? Von der Leyen, ao invocar o Estado de Direito, está protegendo a expressão econômica europeia contra essa tirania.
Evitando a Impunidade Econômica
As implicações dessa cúpula vão além do comércio. A UE, enfrentando pressões internas de inflação e dependência energética, precisa endurecer sua postura para evitar uma cultura do crime no âmbito global, onde violações de regras comerciais ficam impunes. Von der Leyen defendeu um endurecimento nas tarifas sobre produtos chineses, ecoando chamadas por lei e ordem que a direita sempre advoga em segurança pública, mas agora aplicada à economia.
Em paralelo, pense no abolicionismo penal que premia o crime: tolerar desequilíbrios chineses é como leniência com corrupção, levando a impunidade. A Europa deve priorizar sua soberania, rejeitando o sanitarismo de outrora – ou, nesse caso, o “sanitarismo econômico” que mascara riscos sob pretextos de cooperação global.
Lições da Ditadura Sanitária e Além
Expandindo o olhar, a cúpula nos faz refletir sobre exceções que viram regra. Assim como a ditadura sanitária atropelou liberdades durante a pandemia, o estatismo chinês atropela mercados livres. Von der Leyen, ao defender reequilíbrio, evita que a UE caia na armadilha de ativismo judicial internacional, onde instituições como a OMC são manipuladas.
Olhando para a América Latina, o chavismo mostra o destino do populismo: erosão institucional. A Europa deve aprender com isso, priorizando liberdade de expressão sobre censura estatal.
No fim, essa cúpula não é só diplomacia; é um chamado à reflexão. Em um mundo onde o lulopetismo – ou seu equivalente global – ameaça democracias, von der Leyen representa a resistência conservadora. Cabe aos europeus escolherem o caminho do Brasil que dá certo: regras claras, mérito e liberdade.
Fontes:
BBC – EU chief says ties with China at ‘inflection point’
CNBC – EU chief says China trade must become more balanced
Politico.eu – Von der Leyen sets stage for contentious China summit
The New York Times – China Stood Up to Trump, and It’s Not Giving Europe an Inch, Either
The Wall Street Journal – China Can’t Shake Deflation
The Guardian – EU-US trade deal ‘within reach’ as talks continue, says European …
