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Trump promete “dividendo tarifário” de US$ 2 mil para a maioria dos americanos — mas números, lei e economia jogam contra

10 de novembro de 2025Nenhum comentário
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Photograph: Manuel Balce Ceneta/AP
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Anúncio em rede social diz que o dinheiro viria das tarifas de importação; proposta precisaria do Congresso, enfrenta questionamentos judiciais e não fecha a conta quando comparada à receita efetiva — enquanto o custo recairia sobre consumidores e trabalhadores.

O presidente Donald Trump voltou a agitar o noticiário ao prometer que “a maioria” dos americanos receberá um “dividendo tarifário” de pelo menos US$ 2 mil, pago com a arrecadação de tarifas de importação. A ideia, anunciada no domingo (9 de novembro) em postagens no Truth Social e reforçada nesta segunda (10), exclui contribuintes de alta renda e é apresentada como uma forma de “devolver” ao público uma parcela da receita gerada por sua agenda de sobretaxas a produtos estrangeiros. Apesar do apelo popular — um cheque direto em ano politicamente tenso —, o plano esbarra em três muros: legalidade, viabilidade fiscal e efeitos econômicos reais.

Nos termos ventilados, o pagamento seria amplo (para “a maioria”) e teria valor mínimo de US$ 2 mil por pessoa, com corte para rendas mais altas. Trump sustenta que a receita tarifária “já paga” o programa e ainda ajudaria a reduzir a dívida pública. O tom repete uma retórica que ele vem ensaiando desde outubro, quando começou a acenar com cheques entre US$ 1 mil e US$ 2 mil e um eventual “bônus” financiado por tarifas — uma espécie de “dividendo nacional” inspirado, de longe, no modelo do Alasca, que distribui parte das rendas do petróleo. Mas, até agora, trata-se apenas de promessa política, sem texto legislativo, sem ordem executiva e sem cronograma do Tesouro ou do IRS.

Do ponto de vista legal, o presidente não pode simplesmente ordenar o envio de cheques federais sem autorização orçamentária do Congresso. Integrantes do próprio governo indicaram que não há deliberação formal e que qualquer caminho teria de passar pelo Legislativo (ou, alternativamente, por uma mudança em tributos já existentes aprovada pelos parlamentares). A cobertura especializada destaca ainda que uma parte significativa das tarifas impostas no segundo mandato está sob revisão da Suprema Corte, elevando a incerteza jurídica sobre a própria fonte do dinheiro. Em outras palavras: por mais que o anúncio renda manchetes, um “dividendo tarifário” dependeria de votos no Capitólio e de uma jurisprudência favorável — dois itens em aberto.

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A aritmética também complica o discurso. Estimativas independentes e dados oficiais mostram que, mesmo com a escalada tarifária de 2025, a arrecadação de tarifas ficou na casa de US$ 195 bilhões no ano fiscal de 2025, segundo a contabilidade consolidada citada por entidades fiscais e pelo próprio CBO (Congressional Budget Office). Já o custo de pagar US$ 2 mil para “a maioria” dos adultos superaria com folga essa receita: projeções levantadas pela imprensa falam em uma conta entre US$ 300 bilhões e US$ 513 bilhões, a depender da elegibilidade — ou seja, o triplo (ou mais) do dinheiro disponível. As cifras desmontam a noção de que os cheques caberiam confortavelmente no que entra via aduana.

Para além do caixa, há a economia política das tarifas. O governo insiste em dizer que “estrangeiros pagam” os tributos; mas, na prática, quem recolhe as tarifas são importadores norte-americanos, que repassam parte dos custos ao consumidor final. A própria checagem da Associated Press expôs exageros presidenciais sobre “trilhões” de dólares e “US$ 2 bilhões por dia” supostamente gerados por tarifas, valores incompatíveis com os registros do Tesouro e da Alfândega. Em suma, tarifas funcionam como imposto indireto sobre consumo: regressivo, mais pesado proporcionalmente para famílias de menor renda, pois onera itens do dia a dia e insumos industriais. Um “dividendo” pontual não anula esse efeito estrutural.

Há ainda o custo invisível para a produção. Desde o começo da nova rodada tarifária, empresas reportam impactos que vão de margens comprimidas a cortes de investimentos. Compilações recentes de relatos corporativos, por exemplo, estimam prejuízos bilionários em setores como o automotivo, com a Toyota projetando um golpe de quase US$ 10 bilhões no ano fiscal que termina em março de 2026, apenas para citar um caso emblemático desta temporada de resultados. Quando insumos ficam mais caros, a indústria reage com aumentos de preço, substituição de fornecedores ou redução de escala — nada disso é neutro para empregos e salários.

No campo jurídico, o fio desencapado são as bases legais usadas pela Casa Branca para ampliar e prolongar tarifas com justificativas de “emergência” ou “segurança nacional”. Ao aceitar ouvir casos que questionam essa latitude presidencial, a Suprema Corte introduziu um risco adicional: se parte dos gravames cair, cai também a expectativa de receita futura que, no imaginário do “dividendo”, bancaria os cheques. A incerteza judicial, portanto, não é detalhe técnico — é o centro da discussão sobre sustentabilidade do plano.  

Do ponto de vista progressista, o anúncio tem cheiro de manobra populista de curtíssimo prazo. Se a intenção fosse de fato aliviar o custo de vida, há instrumentos mais eficientes e menos regressivos do que tributar importações para, depois, devolver uma fração em cheque único. Programas permanentes de renda mínima, reforço de créditos tributários reembolsáveis (como o EITC) e investimentos em saúde pública e moradia oferecem impacto duradouro, com custo previsível e governança transparente. Em vez disso, o governo aposta num marketing de “dinheiro grátis” que, na prática, reembolsa uma parte do que os próprios consumidores já pagaram indiretamente via preços mais altos em supermercados, farmácias e eletrônicos. A brincadeira lembra dar balas a quem você acabou de multar por atravessar a rua, e ainda celebrar como generosidade.

Também é preciso encarar a contabilidade honesta. Os dados do Tesouro e do CBO indicam que as tarifas, embora tenham crescido muito em 2025, não são uma máquina infinita de dinheiro. No agregado anual, os US$ 195 bilhões em direitos aduaneiros (brutos) mal cobrem dois terços de um pacote de US$ 300 bilhões e ficam a anos-luz de qualquer promessa de abatimento significativo da dívida (que supera US$ 38 trilhões). Projetar um “dividendo” perene com base em uma fonte tão volátil é construir política pública sobre a areia.

Outro ponto central é a distribuição dos custos. Estudos de centros acadêmicos e think tanks vêm mostrando a elevação das alíquotas tarifárias efetivas em 2025, a níveis inéditos desde a década de 1930. Isso significa que a proteção nominal da indústria doméstica vem acompanhada de um imposto difuso sobre a sociedade — um pedágio silencioso embutido no preço de tudo que usa insumos importados. Essa característica, por definição, é regressiva: pesa proporcionalmente mais nos orçamentos apertados. Um governo comprometido com equidade deveria reduzir esse pedágio, não expandi-lo para, depois, vendê-lo como presente.

No front internacional, economistas alertam que uma cascata de tarifas generalizadas reordena cadeias de valor, induz retaliações e reduz eficiência global — o que mina produtividade e salários no médio prazo. Trabalhos recentes modelando cenários para as tarifas de 2025 estimam impactos negativos no crescimento e no comércio, com possíveis “ganhos” concentrados em poucos setores protegidos à custa do conjunto da economia. E, se a motivação for puramente arrecadatória, a base tributária se erode à medida que importações caem ou migram para atalhos tributários, corroendo justamente o cofre que pagaria os cheques.

Politicamente, a proposta se ancora numa narrativa simples — e, por isso, sedutora: cobrar “lá fora” para pagar “aqui dentro”. Mas a simplicidade esconde o essencial: tarifas são política doméstica disfarçada de política externa. Elas redistribuem renda dentro do país (dos consumidores para segmentos protegidos), e não “dos estrangeiros para os americanos”, como a propaganda sugere. O “dividendo” prometido, nesse sentido, é menos um ganho coletivo e mais um vale-reembolso do dano causado por uma escolha de política pública que privilegia setores com lobby forte.

A prudência fiscal também recomenda cautela. Ao contrário de programas permanentes ancorados em bases tributárias estáveis, a arrecadação tarifária é cíclica e sensível ao humor global. Depender dela para financiar transferências generalizadas é receita para serrinha orçamentária: paga-se quando a maré está boa, corta-se quando a economia esfria — justamente quando famílias precisam de apoio. Um Estado que se pretenda amparador deve preferir fontes previsíveis e progressivas, com governança clara e prestação de contas, em lugar de fundos atrelados a guerras comerciais e decisões judiciais.

Nada disso significa que transferências diretas não sejam úteis — são, sobretudo em choques como os da pandemia. O que se contesta é o arranjo: usar um imposto regressivo e volátil para financiar um cheque eleitoralmente palatável. A alternativa de esquerda passa por cofres estáveis, progressividade tributária e políticas universais que durem além do ciclo de notícias. Se o governo realmente quer “devolver” algo às famílias, pode começar por baratear a vida, e não encarecê-la para posar de benfeitor depois.

No balanço, a promessa de Trump tem a cara do seu tempo: slogan fácil, engenharia difícil. Precisa de lei que não existe, de receita que não cobre a conta e de uma economia que, sob tarifas pesadas, tende a repassar custo para quem menos pode pagar. Enquanto isso, a Suprema Corte, o Congresso e as prateleiras dos supermercados lembram que não há cheque mágico que burle a aritmética — e que “devolver” algo ao povo não deveria começar por cobrar mais caro o básico da vida cotidiana.

O “dividendo tarifário” é, por ora, um anúncio performático com pouca ancoragem institucional. A esquerda defende outro caminho: aliviar preços, fortalecer o salário, financiar serviços públicos e reduzir desigualdades com tributação progressiva e regras claras, não com pedágios disfarçados de patriotismo que viram cheque-marketing às vésperas de disputas políticas. Se a meta é melhorar a vida da maioria, o atalho das tarifas cobra um preço alto demais — e entrega pouco.


Fontes

  • The Wall Street Journal – Trump Suggests $2,000 Payouts to Americans as He Defends Tariffs.

  • The Guardian – Trump weighs giving Americans $2,000 from tariff revenues in bid for support.

  • TIME – Trump Again Floats Idea of Giving $2,000 to Most Americans. Here’s What to Know.

  • Yahoo Finance (live) – Trump tariffs live updates: Trump floats $2,000 tariff ‘dividend’ checks with SCOTUS fate in limbo.

  • CBO (Monthly Budget Review, set/2025) – Customs duties rose by $118B (153%) vs. 2024; 

  • Committee for a Responsible Federal Budget (CRFB) – Tariff Revenue Soars in FY 2025 Amid Legal Uncertainty.

  • AP News (Fact Check) – FACT FOCUS: Trump exaggerates revenue from tariffs.

  • Reuters (special report/graphics) – How companies are responding to Trump’s tariffs.

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