Ronaldo Fenômeno abandona sonho de presidir a CBF, citando ‘escolha do sistema’ e priorizando Fundação Fenômenos e investimentos fora do futebol
Ronaldo Fenômeno, uma das maiores lendas do futebol mundial, declarou publicamente seu definitivo abandono do sonho de se tornar presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A revelação foi feita no evento conhecido como Leilão Galácticos, onde o ex-jogador atribuiu sua decisão a uma ‘escolha do sistema’ e a uma tentativa anterior frustrada de candidatura, sinalizando um redirecionamento estratégico de seu foco para a Fundação Fenômenos e uma série de novos investimentos que se estendem para além do campo profissional do futebol.
Contexto
O interesse de Ronaldo Fenômeno em assumir um papel de liderança na CBF não é recente, remontando a discussões e articulações políticas que permeiam os bastidores do futebol brasileiro há anos. Sua figura, dotada de uma reputação global e experiência tanto como atleta quanto como gestor de clubes, como o Cruzeiro e o Real Valladolid, sempre o colocou como um potencial candidato de peso para a entidade máxima do futebol nacional.
As aspirações de Ronaldo eram vistas por muitos como uma oportunidade de modernização e transparência para a CBF, frequentemente envolvida em escândalos e conturbadas gestões. A ideia de um ícone do esporte assumindo o comando gerava entusiasmo entre parte da torcida e da mídia, que enxergavam nele a capacidade de implementar reformas significativas e resgatar a credibilidade da instituição.
No entanto, a trajetória política dentro do futebol, especialmente em uma entidade como a CBF, é complexa e repleta de entraves. A ‘escolha do sistema’, mencionada por Ronaldo, alude à intrincada rede de influências e ao jogo de forças que define as eleições e as tomadas de decisão na confederação, um ambiente notoriamente desafiador para quem não faz parte das estruturas já estabelecidas.
As tentativas anteriores e os bastidores do poder
Ronaldo já havia sinalizado em outras ocasiões seu interesse, mas as barreiras para uma candidatura viável sempre se mostraram substanciais. A burocracia, os estatutos e a necessidade de apoio de federações e clubes aliados são elementos cruciais que frequentemente frustram aspirações de figuras externas ao círculo tradicional do poder.
A menção a uma ‘tentativa anterior frustrada de candidatura’ sublinha a dificuldade que o ex-jogador enfrentou para mobilizar o suporte necessário ou para navegar pelas regras do jogo político da confederação. Essas tentativas, embora não amplamente detalhadas publicamente, reforçam a percepção de que o sistema vigente na CBF possui mecanismos que dificultam a entrada de atores de fora.
Este cenário complexo e a resistência velada ou explícita de grupos estabelecidos podem ter sido determinantes para que Ronaldo avaliasse a inviabilidade de prosseguir com o que antes era um objetivo claro. A decisão, portanto, parece ser o culminar de uma análise profunda sobre as chances reais de sucesso e a energia necessária para superar os obstáculos.
Impactos da Decisão
O anúncio da desistência de Ronaldo Fenômeno da corrida pela presidência da CBF reverberou no cenário esportivo, gerando diferentes interpretações e consequências. Para a Confederação Brasileira de Futebol, a ausência de um nome de peso como o de Ronaldo na disputa pode significar a perpetuação de um modelo de gestão mais tradicional, sem a injeção de novas ideias e a renovação que sua candidatura poderia simbolizar.
A decisão de Ronaldo também impacta a percepção pública sobre a entidade. Muitos esperavam que a presença de uma figura de sua estatura pudesse forçar uma agenda de mudanças e maior escrutínio nas práticas da CBF. Sua retirada, portanto, pode ser vista como um sinal de que os desafios internos ainda são grandes demais para serem superados por uma liderança externa ao sistema.
Por outro lado, o redirecionamento do foco de Ronaldo para a Fundação Fenômenos e outros investimentos é um marco em sua própria trajetória pós-carreira. Essa mudança estratégica pode potencializar o trabalho da Fundação, dedicada a causas sociais e ao desenvolvimento de jovens atletas, dando-lhe uma nova dimensão e alcance.
Potencialização da Fundação Fenômenos e novos horizontes
A Fundação Fenômenos, que já desempenha um papel importante no âmbito social e educacional através do esporte, deve ganhar um impulso significativo com a dedicação exclusiva de seu fundador. A credibilidade e a rede de contatos de Ronaldo podem atrair mais parcerias e recursos, expandindo o impacto de suas ações em comunidades carentes e no fomento de novos talentos.
Além disso, o ex-jogador tem demonstrado um acumen empresarial notável, com investimentos em diversas áreas além do futebol, como no setor de tecnologia e marketing esportivo. A liberdade de se desvincular de uma batalha política desgastante na CBF abre espaço para que ele explore com ainda mais vigor essas novas avenidas de negócios, potencialmente diversificando seu portfólio de investimentos.
A imagem de Ronaldo Fenômeno, que já transcende o campo esportivo, agora se consolida ainda mais como a de um empresário e filantropo com visão estratégica. Sua decisão sugere uma priorização de projetos onde ele sente que pode gerar um impacto mais direto e controlável, longe das complexidades e resistências do ambiente político-esportivo da CBF.
Próximos Passos
Com o anúncio definitivo, os próximos passos para Ronaldo Fenômeno estão claramente voltados para a consolidação e expansão de seus empreendimentos atuais. A Fundação Fenômenos, agora no centro de suas atenções, provavelmente verá um incremento em suas campanhas e projetos, buscando ampliar seu alcance e aprofundar seu impacto social. É esperado que Ronaldo utilize sua influência para atrair novos parceiros e fortalecer a captação de recursos para as iniciativas da Fundação.
No campo dos investimentos, a expectativa é que Ronaldo continue a explorar oportunidades em setores estratégicos, aplicando sua experiência e sua visão de mercado. Projetos ligados à inovação, tecnologia e até mesmo outras vertentes do entretenimento e da economia criativa podem surgir no horizonte, marcando uma fase de diversificação e crescimento de seu grupo empresarial.
Para a CBF, a desistência de um candidato do calibre de Ronaldo Fenômeno certamente reorganiza o tabuleiro político das futuras eleições. Candidatos já estabelecidos ou emergentes dentro do sistema deverão ganhar mais projeção, e a disputa tende a se concentrar entre nomes mais alinhados às correntes políticas internas da Confederação. O cenário para os próximos pleitos promete ser de continuidade ou de mudanças graduais, sem a ruptura que uma figura como Ronaldo poderia representar.
O futuro do futebol brasileiro e a ausência de Ronaldo na gestão
A ausência de Ronaldo na liderança da CBF levanta questões sobre o futuro da gestão do futebol brasileiro. Sem uma figura de fora do círculo tradicional disposta a enfrentar o ‘sistema’, a Confederação pode continuar a operar sob as mesmas dinâmicas e com as mesmas prioridades. Isso pode ou não ser benéfico, dependendo da perspectiva, mas a ausência de um contraponto forte, como Ronaldo poderia ter sido, é notável.
Para os fãs de futebol e para o público em geral, a notícia pode gerar uma sensação de oportunidade perdida. Muitos viam em Ronaldo a esperança de uma gestão mais moderna, eficiente e livre de vícios. Agora, a atenção se voltará para os outros aspirantes ao cargo e para as propostas que serão apresentadas para o desenvolvimento do esporte no país.
Em última análise, a decisão de Ronaldo Fenômeno, embora encerre um capítulo de suas aspirações políticas no futebol, abre novas perspectivas para sua atuação como empresário e filantropo. É um movimento que reflete uma escolha estratégica de onde e como ele pode exercer maior influência e construir um legado duradouro, afastando-se de um embate que ele próprio descreveu como uma batalha contra ‘o sistema’.
Fonte:
UOL Esporte -Ronaldo cita ‘portas fechadas’ e retira candidatura à presidência da CBF. UOL Esporte