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Rafah às portas da reabertura: o que está em jogo para Gaza — e por que o controle do posto vira batalha política

17 de outubro de 2025Nenhum comentário
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Foto de 8 de maio de 2024 Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images
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A possível reabertura da passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e Egito, reacendeu expectativas e temores em toda a região. Depois de meses de fechamento intermitente, danos estruturais e um vaivém de negociações sob um cessar-fogo frágil, autoridades e agências humanitárias sinalizam que a travessia pode voltar a operar “nos próximos dias”. Para quem vive em Gaza — um território exaurido por destruição, fome e colapso sanitário —, o gesto teria impacto imediato: entrada de alimentos, combustível, remédios, equipamentos de água e saneamento, além da saída de pacientes críticos para tratamento. Mas a pergunta que contamina qualquer otimismo é política e simples: quem controla o lado palestino do posto? E em quais condições?

Na leitura progressista, a resposta desejável é igualmente simples: gestão palestina, sob arranjos civis e com supervisão internacional, priorizando o direito à vida da população. Na prática, entretanto, a disputa envolve Israel, Egito, a Autoridade Palestina (AP), agências da ONU e, direta ou indiretamente, atores regionais e as grandes potências. O cenário é o de sempre — uma questão humanitária capturada por tabuleiros de poder —, mas com uma diferença: a crise em Gaza atingiu um nível de degradação que torna a reabertura de Rafah menos uma decisão diplomática e mais um imperativo moral.

Segundo relatos publicados nesta sexta-feira (17), a expectativa de reabertura envolve inclusive sinais de autoridades israelenses de que a passagem poderia voltar a operar já no fim de semana, embora sem detalhes concluintes sobre o arranjo de controle do lado de Gaza. A travessia foi amplamente danificada e ficou praticamente fechada após Israel assumir o controle da área em maio de 2024; desde então, o fluxo de ajuda oscilou, atravancado por inspeções, vetos e gargalos logísticos. A incerteza central — quem gerencia os portões palestinos — segue em aberto e é justamente o nervo exposto da negociação.

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Enquanto isso, a crise humanitária se aprofunda. Agências da ONU e organizações médicas relatam uma combinação tóxica: falta crônica de água potável e saneamento, hospitais operando no limite, surtos de doenças infecciosas e filas de distribuição de alimentos que nunca chegam a cobrir a demanda. “Fora de controle” é a expressão que vem sendo repetida para descrever o avanço de doenças num sistema de saúde com pouco mais de uma dezena de hospitais parcialmente funcionais. O volume de alimentos que entra diariamente é insuficiente; comboios atrasam, são reduzidos ou reprovados. A reabertura plena de Rafah — e de outras passagens — é vista como condição de possibilidade para tirar Gaza do precipício.

Do ponto de vista de esquerda, a pauta é clara: a reabertura sob liderança palestina — preferencialmente civil, com participação técnica da Autoridade Palestina e apoio operacional da ONU/UE — é um passo mínimo para restaurar agência aos moradores de Gaza e reduzir a dependência de decisões unilaterais israelenses sobre quem entra, quem sai e o que passa. Essa visão cobra regras previsíveis e transparentes para inspeções, prazos claros de processamento e uma métrica humanitária (calorias, água, leitos, kits de higiene, combustível para hospitais) que oriente metas diárias de entrada de caminhões e toneladas, sob monitoramento independente. Não é um detalhe procedimental: é um antídoto contra a lógica dos “pingos de ajuda” que mantêm a população à beira do colapso, em vez de garantir reconstrução mínima e dignidade.

Também pesa o debate sobre quem deve estar à frente do portão. Nas últimas semanas, porta-vozes ligados à Autoridade Palestina indicaram disposição para operar o lado de Gaza em Rafah. Do ponto de vista progressista, isso pode ser um ganho institucional, abrindo terreno para uma reconstrução administrativa que exclua o controle militar direto e reforce o caráter civil do posto — com salvaguardas para impedir captura por milícias ou vetos arbitrários. Uma solução “ONU + AP”, com suporte egípcio, poderia fornecer o guarda-chuva técnico e político para dar previsibilidade ao fluxo e reduzir o uso de Rafah como alavanca de pressão.

O contraponto é conhecido: Israel historicamente associa o controle palestino de passagens a riscos de segurança e supostos canais de contrabando. Em momentos anteriores, Tel Aviv já sinalizou que não aceitaria uma transferência “automática” de gestão para a AP. Para a esquerda, essa objeção não pode servir de pretexto para um bloqueio indefinido. Inspeções existem, podem ser reforçadas e auditadas; o que não é aceitável é uma arquitetura de controle que, na prática, submeta a vida de 2,3 milhões de pessoas a decisões opacas e imprevisíveis.

Há, porém, um chão comum possível — e urgente: metas humanitárias vinculantes. Em vez de comunicados genéricos, um acordo mínimo deveria tabelar indicadores públicos: número de caminhões/dia, toneladas por categoria (alimentos, água, saneamento, abrigo, saúde), combustível para geradores hospitalares e dessalinização, corredores de evacuação médica contínuos e calendarizados. Relatórios diários poderiam ser publicados por OCHA/OMS, acompanhados por uma sala de situação com Egito, AP, agências da ONU e observadores independentes. A transparência nesse nível reduz o espaço para disputas políticas travarem a sobrevivência cotidiana.

O nó político, entretanto, não se desfaz apenas com logística. A gestão de Rafah é um proxy do “dia seguinte” em Gaza. Quem assegura a ordem pública? Quem paga salários? Quem coordena a reconstrução? Do ponto de vista progressista, insistir que a sociedade civil palestina e a AP retomem funções administrativas, com apoio financeiro e técnico internacional, é uma aposta na desmilitarização do cotidiano. Não se trata de ignorar demandas de segurança israelenses ou egípcias, mas de estabelecer que essas demandas não podem esmagar direitos básicos nem perpetuar uma economia do cerco.

A experiência recente mostra por que metas e governança importam. Ao longo do último ano, mesmo quando camadas de ajuda foram autorizadas, processos erráticos e restrições de última hora produziram gargalos crônicos: caminhões represados, rotas inseguras, saques por desespero em trechos sem escolta ou sem armazéns operacionais. Quando hospitais funcionam “pela metade”, surtos se espalham e água potável é racionada, qualquer interrupção vira uma linha de vida cortada. Reabrir Rafah sem um regime robusto de proteção, monitoramento e metas repete o erro.

Para além do posto, a esquerda aponta uma obviedade: Rafah não basta. É preciso abrir e estabilizar múltiplas rotas — incluindo Kerem Shalom e outros pontos — para diluir riscos, aumentar a capacidade diária e tornar o sistema menos vulnerável a um único veto. O colapso de infraestrutura torna urgente a entrada de equipamentos pesados para remover escombros, reconstruir vias, restabelecer redes de água e esgoto. Sem isso, o território permanecerá dependente de um fio de ajuda que mantém pessoas vivas, mas não as faz viver.

O debate sobre o “controle” pode soar técnico, mas contém dimensões simbólicas. Um portão operado por palestinos, com padrões internacionais, tem valor político: reconhece que a população de Gaza não é objeto, mas sujeito. É também um lembrete às capitais ocidentais: políticas de contenção que tratam o humanitário como favor — e não como direito — produzem instabilidade. Um arranjo claro em Rafah, com prazos, metas e avaliação pública, seria um sinal de inversão dessa lógica.

Críticos desse enfoque argumentam que segurança vem primeiro, e que qualquer transferência precipitada abriria brechas. A resposta progressista não varre a segurança para debaixo do tapete — ela a redefine: segurança humana. Água, comida, saúde, teto e previsibilidade são segurança. Uma política que normaliza filas de fome, surtos de hepatite e hospitais sem energia não é sustentável e tampouco estabilizadora. É combustível para radicalização, mercado clandestino e violência cotidiana. Os números mais recentes de agências humanitárias e médicas reforçam a tese: sem um salto na entrada de suprimentos e sem governança transparente das passagens, a crise sanitária e nutricional continuará “espiralando”.

Há sinais de movimento diplomático. A Autoridade Palestina afirma estar pronta para operar Rafah; no Egito, autoridades locais defendem que o país não tem bloqueado arbitrariamente a passagem, e que o gargalo resulta de guerra, danos e exigências de inspeção. Do lado israelense, as mensagens variaram entre a disposição de abrir a porta a fluxos humanitários condicionados e a intenção de manter controle de segurança sobre a travessia. Um caminho ONU + AP + Egito, com inspeções técnicas e cronograma de metas, não resolve o conflito, mas salva vidas agora — e abre fenda para um debate mais amplo sobre reconstrução e soberania.

No fundo, a briga por Rafah é uma briga por tempo. Cada dia sem previsibilidade são dias a mais de fome, doença e perda de tecido social. A esquerda pede que a comunidade internacional atue para blindar a operação humanitária do vaivém político: que recursos cheguem (alimentos fortificados, kits de potabilização, vacinas, combustível hospitalar), que profissionais entrem, que pacientes saiam. E que tudo isso esteja agarrado a números públicos, facilmente verificáveis, para que ninguém possa transformar o posto em barganha.

Se os próximos dias trouxerem, enfim, a reabertura de Rafah, que não seja um ato fortuito, mas o início de um regime de portas abertas à vida, com rosto e comando palestinos, apoio internacional e segurança definida por proteção de civis — e não por sua suspensão. É o mínimo civilizatório exigido por uma Gaza que resiste a respirar.

A decisão de reabrir Rafah pode parecer pequena diante da enormidade da destruição, mas é precisamente nas pequenas brechas que a vida retorna. A alternativa — portas sem dono, metas sem números, inspeções sem transparência — é a repetição de um ciclo de escassez administrada. Do ponto de vista de quem defende direitos, abrir Rafah com gestão palestina e métricas humanitárias vinculantes é um passo concreto para deslocar a discussão da exceção permanente para a normalidade da dignidade. No horizonte, continuam os dilemas geopolíticos. No chão, estão as pessoas. É por elas que o portão precisa abrir — e continuar aberto.

Fontes

  • AP News – Gaza awaits the reopening of the Rafah border crossing, its link to the outside world. AP News
  • The Guardian – Infectious diseases in Gaza ‘spiralling out of control’, says WHO — live. The Guardian
  • The Guardian – Gaza aid still critically scarce, say agencies, as Israel delays convoys. The Guardian
  • Al-Monitor/Reuters – Palestinian Authority says it is ready to operate Rafah crossing. Al-Monitor
  • Ahram Online – North Sinai governor defends Egypt’s stance on Rafah crossing. Ahram Online
  • Arab News – Israel says it will maintain control of Gaza-Egypt crossing. Arab News
  • UNO Geneva Newsroom (OCHA/WHO) – Gaza update. UN Geneva Newsroom
  • OCHA (relatório) – Gaza Humanitarian Response Update (indicadores de fluxo e gargalos). OCHA

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