Clube mineiro classifica atuação em empate com o Internacional como ‘inadmissível’ e demanda revisões profundas no sistema de arbitragem do futebol brasileiro, citando lances cruciais que impactaram o resultado da partida.
Em 2 de novembro de 2025, o Atlético-MG, por meio de uma nota oficial e do pronunciamento de seu diretor de futebol, Victor Bagy, manifestou veementemente sua insatisfação com a atuação da arbitragem no jogo contra o Internacional, que terminou em empate sem gols. O clube mineiro classificou a performance arbitral como “inadmissível” e clamou por uma “mudança drástica” no cenário do futebol brasileiro, especialmente após uma série de decisões controversas envolvendo o VAR que, segundo o Galo, alteraram o curso da partida.
Contexto
A partida entre Atlético-MG e Internacional, válida pela trigésima segunda rodada do Campeonato Brasileiro e disputada em 2 de novembro de 2025, no estádio Mineirão, em Belo Horizonte, terminou em um tenso empate sem gols. No entanto, o resultado ficou em segundo plano diante da acalorada discussão sobre as decisões da equipe de arbitragem, especialmente aquelas mediadas pelo Árbitro de Vídeo (VAR). O jogo foi marcado por momentos de grande controvérsia que culminaram na forte reação do clube mineiro, que se viu prejudicado e cobrou uma postura mais firme das autoridades do futebol.
Os principais pontos de discórdia envolveram decisões cruciais que impactaram diretamente o andamento e o possível resultado do confronto, deixando a torcida e a comissão técnica do Galo em estado de alerta. Entre os lances mais citados, destacam-se uma expulsão de jogador do Atlético-MG que foi inicialmente aplicada em campo, mas posteriormente revisada e cancelada após prolongada intervenção do VAR, gerando atraso e incerteza. Outro momento de alta tensão ocorreu com a anulação de um pênalti claro a favor do Atlético-MG, também após consulta ao recurso tecnológico, que gerou grande revolta e protestos veementes entre atletas e comissão técnica, que não entenderam a mudança da decisão inicial.
Esses incidentes, somados a outras análises consideradas equivocadas e que, na visão do clube, demonstraram uma inconsistência preocupante, levaram a diretoria do Atlético-MG a se manifestar publicamente. O diretor de futebol, Victor Bagy, foi a voz do descontentamento em coletiva de imprensa, sublinhando que a sequência de erros não poderia ser ignorada e que era fundamental um posicionamento. “A atuação da arbitragem foi inadmissível. Não podemos aceitar que lances capitais sejam decididos de forma tão questionável e que o VAR, que deveria ser um auxílio, se torne uma fonte de ainda mais polêmicas”, declarou Bagy, reforçando a postura intransigente do clube mineiro frente ao que consideram uma falha sistêmica e prejudicial à integridade da competição.
A nota oficial emitida pelo clube ratificou as palavras do diretor, listando os lances um a um e enfatizando o prejuízo técnico e moral sofrido pela equipe, que viu a oportunidade de somar mais três pontos ser comprometida. A demanda por uma “mudança drástica” não se restringiu apenas à análise do jogo em questão, mas abrangeu uma crítica mais ampla ao patamar da arbitragem no futebol brasileiro. O clube defende a necessidade de revisão de protocolos, aprimoramento contínuo do treinamento dos profissionais e, fundamentalmente, da transparência nas decisões tomadas em campo e na cabine do VAR, para garantir que situações como esta não se repitam no futuro.
Impactos da Decisão
As decisões controversas da arbitragem no confronto contra o Internacional e a consequente reação enérgica do Atlético-MG geram impactos significativos em diversas esferas do futebol nacional. Do ponto de vista esportivo, o empate conquistado com polêmica custa pontos importantes ao Galo na apertada corrida pelo título do Campeonato Brasileiro, ou na busca por uma vaga direta em competições continentais de prestígio, como a Libertadores. Cada ponto é absolutamente valioso em um torneio tão disputado e equilibrado, e a sensação de injustiça pode afetar não apenas a tabela, mas também o desempenho psicológico do elenco e a confiança para futuras partidas decisivas.
A repercussão das críticas do Atlético-MG reverberou rapidamente entre os demais clubes da Série A, reacendendo o debate sobre a qualidade do VAR e sua aplicação, bem como a preparação dos árbitros. Muitos dirigentes e torcedores de outras equipes já manifestaram, em momentos distintos desta temporada e de anos anteriores, insatisfações semelhantes com a atuação do apito e da tecnologia, criando um coro que pressiona por melhorias estruturais e imediatas. Esta união de vozes pode, de fato, forçar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a olhar com ainda mais atenção para as queixas e buscar soluções coletivas e eficazes, evitando que a credibilidade do esporte mais popular do país seja ainda mais abalada por inconsistências arbitrais.
Além do campo e dos bastidores políticos, há um impacto notável na percepção e no engajamento dos torcedores. A paixão que move o futebol é visceral e alimentada pela crença na justiça e na lisura do jogo. Quando a imparcialidade e a competência da arbitragem são questionadas repetidamente, a confiança do público diminui drasticamente, o que pode levar a um afastamento de parte da audiência ou, no mínimo, a um aumento considerável da frustração, da polarização entre as torcidas e da sensação de que há fatores externos influenciando os resultados. A imagem do campeonato, um produto valioso com grande apelo de mídia e patrocínios milionários, também é arranhada por tais controvérsias constantes, dificultando a atração de novos investidores e a manutenção dos atuais.
A insatisfação do Atlético-MG e a insistência por mudanças drásticas podem, inclusive, ter consequências financeiras e políticas de longo alcance. Clubes que se sentem lesados podem articular movimentos mais robustos para exigir maior transparência nos relatórios dos árbitros e nas análises do VAR, além de maior participação nas discussões sobre as regras, a formação dos profissionais e a distribuição de recursos. Tais pressões poderiam, em um cenário de crise, desencadear reformulações nas comissões de arbitragem da CBF e na gestão da modalidade no país, com potenciais alterações em cargos de chefia e diretrizes operacionais, tudo em busca de uma arbitragem mais eficaz, moderna e, acima de tudo, isenta de questionamentos.
Próximos Passos
Diante da contundente manifestação do Atlético-MG, os próximos passos do clube e das entidades reguladoras do futebol brasileiro serão cruciais para o desdobramento desta polêmica e para a busca de soluções duradouras. Espera-se, com grande probabilidade, que o Galo formalize sua reclamação junto à Comissão de Arbitragem da CBF, acompanhada de um dossiê técnico detalhado dos lances contestados, incluindo imagens e análises de especialistas. Esta formalização é um procedimento padrão, mas fundamental, que abre caminho para uma análise mais aprofundada dos eventos por parte da entidade máxima do futebol nacional e da FIFA, que supervisiona o uso do VAR.
A CBF, por sua vez, estará sob intensa pressão midiática, política e das torcidas para dar uma resposta clara, transparente e, sobretudo, que demonstre compromisso com a melhoria da arbitragem. Cenários possíveis incluem a imediata abertura de um processo de revisão dos erros apontados, a divulgação pública e irrestrita dos áudios e vídeos do VAR para os lances em questão — uma demanda antiga e crescente de clubes e torcedores por maior transparência nas decisões — e até mesmo a suspensão temporária dos árbitros envolvidos, caso falhas graves e interpretativas sejam comprovadas após a análise criteriosa dos fatos. A agilidade e a seriedade com que a confederação lidar com a situação serão determinantes para tentar restaurar a confiança no sistema e apaziguar os ânimos.
A longo prazo, esta polêmica pode, de fato, servir como um catalisador importante para uma reavaliação mais ampla e profunda das diretrizes de utilização do VAR e do treinamento e capacitação de árbitros no futebol brasileiro. Clubes, federações estaduais e a própria CBF podem ser instados a debater a necessidade de padronização rigorosa na interpretação de lances, aprimoramento da comunicação eficiente entre campo e cabine do VAR, e a busca por tecnologias auxiliares ainda mais avançadas que minimizem as margens de erro humano e tecnológico. A demanda do Atlético-MG por uma “mudança drástica” ecoa um sentimento generalizado de que o sistema atual, embora tenha o intuito nobre de trazer justiça ao jogo, ainda apresenta falhas significativas e inconsistências que precisam ser corrigidas com máxima urgência para o bem do esporte.
O debate público sobre a arbitragem deverá se intensificar nas próximas semanas, com comentaristas esportivos, ex-árbitros, analistas e torcedores de todo o país discutindo as implicações das decisões tomadas e a necessidade premente de reformas estruturais. A pressão midiática e das arquibancadas é um fator que a CBF dificilmente poderá ignorar por muito tempo, sugerindo que medidas concretas, ainda que sejam implementadas de forma gradual, serão inevitáveis para tentar sanar as feridas abertas por polêmicas recorrentes como a protagonizada pelo Atlético-MG. A expectativa é que, em breve, haja comunicados oficiais da entidade ou dos clubes sobre os próximos passos, eventuais reuniões e as resoluções que visam aprimorar o cenário da arbitragem brasileira para as próximas temporadas do futebol nacional.
Fonte:
GE/Globo – Atlético-MG pede mudança drástica na arbitragem após polêmicas em jogo com Inter: “inadmissível”. GE/Globo
