• Fala Glauber
    • Porque Fala Glauber
    • Nossa Equipe
    • Perguntas Frequentes
  • Colunistas
    • Carcará
    • Batata
    • Miquéias
    • Julio Rock
    • Professor Valle
    • Major Cadar Caveira
    • Cel Prícipe
    • Major Novo
  • Segurança Pública
  • Política
  • Geopolítica
  • Esporte
  • Economia
  • Videos
Fala Glauber Play
  • Fala Glauber
    • Porque Fala Glauber
    • Nossa Equipe
    • Perguntas Frequentes
  • Colunistas
    • Carcará
    • Batata
    • Miquéias
    • Julio Rock
    • Professor Valle
    • Major Cadar Caveira
    • Cel Prícipe
    • Major Novo
  • Segurança Pública
  • Política
  • Geopolítica
  • Esporte
  • Economia
  • Videos
  • Fala Glauber
    • Porque Fala Glauber
    • Nossa Equipe
    • Perguntas Frequentes
  • Colunistas
    • Carcará
    • Batata
    • Miquéias
    • Julio Rock
    • Professor Valle
    • Major Cadar Caveira
    • Cel Prícipe
    • Major Novo
  • Segurança Pública
  • Política
  • Geopolítica
  • Esporte
  • Economia
  • Videos

Dos tribunais de Nova York ao Caribe militarizado: como o “Cartel de Maduro” virou grupo terrorista

18 de novembro de 2025Nenhum comentário
Telegram WhatsApp Copy Link
Foto: Retirada do site BBC
Compartilhar
Facebook Twitter Pinterest Email Telegram WhatsApp Copy Link

Designação do Cartel de los Soles como organização terrorista pelos EUA aprofunda a guerra às drogas em chave de imperialismo, eleva o risco de conflito no Caribe e tensiona a soberania nacional venezuelana e latino-americana.

Quando o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos decidiu classificar o chamado Cartel de los Soles como “Organização Terrorista Global Especialmente Designada” e vincular diretamente o grupo ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, não se tratou apenas de mais um capítulo da longa guerra às drogas. Foi um movimento político calculado, que combina pressão econômica, jurídica e militar, reposicionando a América Latina no mapa de ameaças de Washington.

Na narrativa oficial norte-americana, o “Cartel de Maduro” não é um esquema de corrupção isolado, mas uma “máquina de narcoterrorismo” que teria usado o Estado venezuelano para enviar toneladas de cocaína aos EUA ao longo de duas décadas, em parceria com grupos como as FARC, o Tren de Aragua e o cartel de Sinaloa. Ao rotular o grupo como terrorista, o governo norte-americano habilita todo um arsenal legal: congelamento de ativos, sanções secundárias a terceiros países, ameaça de uso da força sob o guarda-chuva da “segurança nacional” e da “luta contra o narcoterrorismo”.

Do outro lado, Caracas denuncia uma operação de imperialismo clássico, acusando Washington de fabricar um inimigo conveniente para justificar sanções devastadoras e o deslocamento de navios de guerra para o Caribe, num cenário que lembra as grandes crises da Guerra Fria. Entre esses dois polos, a região assiste à escalada com preocupação: o rótulo de “grupo terrorista” não fica circunscrito às elites bolivarianas — respinga sobre as populações empobrecidas que vivem nos corredores do narcotráfico e nas fronteiras militarizadas.


O que diz Washington: narcoestado, terrorismo e recompensa milionária

A virada recente tem marco claro: em 25 de julho de 2025, a área de controle de ativos estrangeiros (OFAC) do Tesouro norte-americano incluiu o Cartel de los Soles na lista de “Terroristas Globais Especialmente Designados”, argumentando que a rede, liderada por altos oficiais chavistas, apoia organizações já classificadas como terroristas, como o Tren de Aragua e o cartel de Sinaloa.

A medida se soma a um processo mais longo. Em 2020, o Departamento de Justiça já havia indiciado Maduro e outros 14 altos funcionários venezuelanos por narco-terrorismo e conspiração para traficar cocaína aos EUA, alegando que, desde o fim dos anos 1990, o grupo atuaria como uma espécie de “cúpula” do tráfico, usando estruturas do Exército, da inteligência e do Judiciário.

Em 2025, a escalada ficou ainda mais nítida: Washington aumentou a recompensa pela captura ou informações que levem à condenação de Maduro para US$ 50 milhões, um valor comparável ao oferecido por líderes de organizações como a Al-Qaeda em outros momentos da política externa norte-americana. Paralelamente, o governo Trump enviou destróieres e outros navios de guerra para perto das águas territoriais venezuelanas sob o pretexto de operações antidrogas, enquanto porta-vozes falavam abertamente em “narcoterroristas” e “ditador ilegítimo”.

É a consagração de um enquadramento: da “ditadura” que frauda eleições ao “narcoestado” que opera como cartel; do “narcoestado” ao “Estado terrorista” que justificaria uma resposta excepcional. Não é por acaso que esse vocabulário aparece num contexto em que a própria política interna norte-americana vive seu estado de exceção informal, com a mídia neoliberal e setores da extrema direita disputando quem é mais duro na retórica contra governos classificados como “antiamericanos”.


A versão de Caracas e a controvérsia sobre o “cartel”

Maduro e seus aliados negam frontalmente as acusações. O governo venezuelano fala em “montagem política” e “perseguição imperial”, insistindo que as denúncias de narco-terrorismo servem para desviar o foco da crise de drogas nos próprios EUA e para legitimar sanções que aprofundaram a crise econômica e humanitária na Venezuela.

Não são apenas os chavistas que colocam dúvidas sobre o rótulo. Investigações jornalísticas e análises independentes reconhecem a existência de redes de corrupção e tráfico envolvendo oficiais da Guarda Nacional e das Forças Armadas, mas questionam se há, de fato, um “cartel” centralizado, com hierarquia e comando unificado, como sugere a expressão “Cartel de los Soles”.

Para analistas críticos, a narrativa de um “cartel chefiado por Maduro” simplifica uma teia complexa, em que se misturam:

  • Fragmentos de Estado capturados por redes criminosas;

  • Rotas históricas de cocaína que atravessam Colômbia, Venezuela e Caribe;

  • A presença de grupos armados colombianos (FARC dissidentes, ELN) em áreas de fronteira;

  • E a própria militarização da política, que transforma territórios inteiros em zonas cinzentas entre guerra e crime.

Ao colocar todo esse mosaico sob o guarda-chuva de um “Cartel de Maduro”, Washington tende a apagar responsabilidades compartilhadas e a reduzir a crise a uma história linear de vilões e heróis. E é justamente aí que o vocabulário da esquerda latino-americana acende o alerta: o rótulo de terrorismo, na boca da maior potência militar do planeta, dificilmente é neutro.


Do combate ao narcotráfico ao laboratório de imperialismo

Já não é novidade que a guerra às drogas funciona, muitas vezes, como dispositivo de imperialismo. Em nome do combate ao tráfico, os EUA ampliaram bases militares, intervieram em governos eleitos e apoiaram ditaduras em várias partes do continente. O caso do “Cartel de Maduro” reatualiza esse roteiro com roupagem de século XXI: sanções financeiras, operações com drones, “golpes cirúrgicos” no mar e a construção midiática de um inimigo absoluto.

A designação do cartel como grupo terrorista vem acompanhada de:

  • Pressão sobre bancos, empresas de transporte e parceiros comerciais que mantenham relações com Caracas;

  • Ameaça de sanções secundárias contra países que não aderirem ao cerco;

  • E um discurso que mira não apenas Maduro, mas o bloco anti-imperialista que inclui alianças com Rússia, China, Irã e outros atores fora da órbita de Washington.

Sob esse prisma, o “cartel terrorista” funciona também como chave de leitura geopolítica: um atalho narrativo que enquadra toda a política externa venezuelana como extensão de um empreendimento criminoso. Uma narrativa conveniente tanto para justificar a presença de navios de guerra no Caribe quanto para disciplinar outros governos da região que ousam contestar a hegemonia norte-americana.


Ecos na região: Colômbia, Caribe e risco de escalada

A fronteira colombo-venezuelana é hoje um dos espaços mais explosivos da região. Grupos armados, dissidências das FARC, ELN e quadrilhas ligadas ao Tren de Aragua disputam território, rotas de tráfico e controle social em zonas marcadas por deslocamentos forçados e ausência do Estado.

Quando Washington declara que o “Cartel de Maduro” apoia organizações como o Tren de Aragua, o efeito imediato é ampliar a margem para operações de segurança pública com lógica de guerra, tanto na Colômbia quanto em países andinos e caribenhos. Ao mesmo tempo, governos progressistas — como o de Gustavo Petro, na Colômbia — tentam costurar políticas de “paz total” que tratem o narcotráfico como fenômeno social e não apenas policial.

Há, portanto, uma disputa direta entre dois modelos:

  • O modelo militarizado, que reforça a leitura de “narcoterrorismo” e aposta em bombardeios, frotas navais e cooperação com forças especiais;

  • E o modelo que enxerga o proibicionismo como fracasso e fala em regulação de drogas, justiça restaurativa e políticas de desenvolvimento local.

A classificação do “Cartel de Maduro” como grupo terrorista, somada ao aumento da recompensa e à movimentação de tropas, inclina a balança para o primeiro modelo. E desloca o eixo do debate: em vez de discutir alternativas ao proibicionismo, o continente se vê novamente refém da agenda de segurança dos EUA.


Mídia, narrativa e a batalha pela opinião pública

No terreno da comunicação, o caso do “Cartel de Maduro” mostra, mais uma vez, o peso da mídia hegemônica na construção do consenso. Grandes veículos internacionais reproduzem sem maior contraste os termos “narcoestado”, “cartel de Maduro” e “narcoterrorismo”, enquanto vozes críticas à estratégia norte-americana aparecem como notas de rodapé ou como “opinião” — não como informação.

É o que muitos jornalistas identificados com a esquerda chamam de cinismo ‘liberal’ da imprensa: a aparência de neutralidade que, na prática, naturaliza sanções, bloqueios e ameaças militares, mas trata qualquer reação de Caracas como “propaganda” ou “paranoia antiamericana”. Nesse cenário, lembrar que Contrainformação é poder não é um slogan vazio, mas uma necessidade democrática: multiplicar fontes, ouvir pesquisadores independentes, trazer à tona as dúvidas sobre a própria existência de um cartel unificado e as consequências concretas do cerco econômico para o povo venezuelano.

Ao mesmo tempo, não se trata de romantizar o regime chavista ou ignorar denúncias graves de violações de direitos humanos, corrupção e violência estatal. A crítica de esquerda, quando consequente, recusa tanto o golpismo patrocinado por potências estrangeiras quanto a opacidade autoritária de governos que se reivindicam “revolucionários”, mas restringem liberdades básicas e reprimem dissidências internas.


No fim, o debate sobre o “Cartel de Maduro como grupo terrorista” é menos sobre um cartel — cuja forma exata segue em disputa — e mais sobre que tipo de ordem internacional se pretende construir. Uma ordem em que um único país se arroga o direito de definir, sozinho, quem é terrorista, quem é “narcotraficante” e quem merece bloqueios econômicos e frotas navais à porta; ou uma ordem em que soberania nacional, cooperação regional e políticas de drogas baseadas em direitos humanos tenham mais peso do que a lógica de guerra.

Enquanto Washington dobra a aposta na retórica do “narcoterrorismo” e mobiliza destróieres no Caribe, a América Latina é chamada, mais uma vez, a escolher de que lado quer estar: o da repetição de velhíssimos roteiros de imperialismo ou o da construção difícil, mas urgente, de outra gramática para segurança, democracia e integração regional.


Referências

Reuters – US increases reward for arrest of Venezuela’s Maduro to $50 million
France 24 – US increases reward for Venezuelan President Maduro’s arrest to $50 million
Le Monde – Venezuela: les Etats-Unis envoient des troupes près des eaux territoriales au nom de la lutte contre le « narcoterrorisme »
CNN Brasil – Entenda o que é o Cartel de los Soles, que Maduro é acusado de chefiar
El País (edição em inglês) – The Cartel of the Suns, the criminal network pitting the US against Venezuela
U.S. Department of the Treasury – Treasury Sanctions Venezuelan Cartel Headed by Maduro
U.S. Department of Justice – Nicolás Maduro Moros and 14 Current and Former Venezuelan Officials Charged with Narco-Terrorism, Corruption, Drug Trafficking and Other Criminal Charges

América Latina Caribe Caribe militarizado Cartel de los Soles chavismo Colômbia EUA FARC Geopolítica Guerra às Drogas imperialismo narcoestado Narcotráfico Nicolás Maduro Ofac Política Externa sanções Sinaloa Soberania Nacional Terrorismo terrorismo global Tren de Aragua Trump Venezuela

Postagem relacionadas

Trump Aconselha Japão a Evitar Escalada com China: Uma Lição contra o Populismo Autoritário

27 de novembro de 2025

Trump alerta Japão para evitar escalada com China em meio a clima global de incerteza

27 de novembro de 2025

Trump tenta reposicionar o tabuleiro: ex-presidente pede que Japão evite escalada com a China e expõe limites da hegemonia americana

27 de novembro de 2025
Últimas noticas

Trump Aconselha Japão a Evitar Escalada com China: Uma Lição contra o Populismo Autoritário

27 de novembro de 2025

Trump alerta Japão para evitar escalada com China em meio a clima global de incerteza

27 de novembro de 2025

Trump tenta reposicionar o tabuleiro: ex-presidente pede que Japão evite escalada com a China e expõe limites da hegemonia americana

27 de novembro de 2025

Papa Leão XIV no Oriente Médio: Uma Missão Ecumênica Contra o Populismo Autoritário e pela Liberdade de Expressão

27 de novembro de 2025
Direita

Trump Aconselha Japão a Evitar Escalada com China: Uma Lição contra o Populismo Autoritário

27 de novembro de 20250

Subtítulo: Em meio a tensões no Estreito de Taiwan, o presidente Trump defende lei e…

Trump alerta Japão para evitar escalada com China em meio a clima global de incerteza

27 de novembro de 2025

Não fique de fora!

As melhores dicas e insights chegam primeiro para quem está na nossa lista.

A primeira plataforma de notícias do Brasil que mostra com clareza se a informação parte de uma visão de esquerda, direita ou centro, permitindo que o leitor escolha qual notícia ler e qual viés seguir. Um espaço único, comprometido com a verdade, a transparência e a liberdade de pensamento, sempre com jornalismo direto, claro e sem manipulação.

Facebook Youtube Instagram

Institucional

  • Nosso Pacto
  • Nossa Equipe
  • Dúvidas Frequentes
  • Anuncie Conosco
  • Políticas de Privacidade

Editoriais

  • Esporte
  • Segurança Púplica
  • Tecnologia
  • Política
  • Economia
  • Brasil
  • Mundo

© 2025 FalaGlauber. Todos os direitos reservados.
O conteúdo desta plataforma é protegido por direitos autorais. Qualquer reprodução, distribuição ou utilização sem autorização expressa é proibida.

Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.

Nós utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continua a usar este site, assumimos que você está satisfeito.