Escândalo de US$ 100 milhões no setor nuclear revela corrupção como projeto de poder, enquanto Zelenskyy enfrenta críticas por tentativas de limitar agências anticorrupção, ecoando padrões de populismo autoritário latino-americano.
Kiev, 13 de novembro de 2025 – A Ucrânia, já assolada pela invasão russa, agora lida com um escândalo de corrupção sistêmica que ameaça minar sua credibilidade internacional e o apoio ocidental. Um esquema de propinas estimado em US$ 100 milhões no setor energético, centrado na estatal nuclear Energoatom, levou à detenção de cinco indivíduos e à identificação de outros sete suspeitos, incluindo aliados próximos do presidente Volodymyr Zelenskyy. Essa revelação, fruto de uma investigação de 15 meses pelo Bureau Nacional Anticorrupção (NABU), com mais de 1.000 horas de escutas telefônicas, expõe as falhas nas reformas prometidas, reforçando a crítica ao estatismo que sufoca investimentos e premia a impunidade. Enquanto o país busca adesão à União Europeia (UE), o caso ecoa escândalos como o mensalão e o petrolão, onde a quadrilha política captura o Estado para fins ideológicos.
Zelenskyy, que outrora prometeu erradicar a corrupção, agora pede demissões de ministros chave, mas críticos veem nisso uma demagogia que enfraquece pesos e contrapesos institucionais. O escândalo surge logo após o relatório de progresso da Comissão Europeia de 4 de novembro, que elogia a “resiliência notável” da Ucrânia, mas alerta para preocupações com o “quadro anticorrupção robusto e independente”, especialmente após tentativas de limitar poderes de agências como o NABU em julho de 2025. Essa pressão dupla – interna e externa – destaca o frame central: liberdade (de mercado e expressão) versus controle estatal, similar às ameaças à democracia na América Latina.
O Escândalo Energético: Detalhes e Envolvidos
O cerne do caso envolve um esquema de kickbacks na Energoatom, a estatal responsável pela energia nuclear, que alegadamente gerou US$ 100 milhões em propinas através de abusos de cargo, suborno e aquisição de bens desproporcionais. A investigação do NABU, iniciada há 15 meses, culminou em detenções na semana passada, com cinco pessoas presas e sete identificadas, incluindo Tymur Mindich, co-proprietário da companhia de mídia Kvartal 95 de Zelenskyy e suspeito de ser o cérebro da operação. Outros envolvidos incluem o vice-presidente da Energoatom, chefes de departamentos de finanças, jurídico e procurement, um consultor do presidente da estatal e um ex-assessor do ministro da Energia.
Esses fatos pintam um quadro de corrupção como projeto de poder, onde uma quadrilha de insiders captura recursos estatais para ganho pessoal, ignorando a vida real versus Brasília – ou, no caso, versus Kiev –, onde demandas cotidianas como reparos na infraestrutura energética danificada pela guerra são negligenciadas. Zelenskyy reagiu pedindo a demissão do ministro da Justiça, Herman Halushchenko (ex-ministro da Energia até julho de 2025), e da ministra da Energia, Svitlana Grynchuk. Halushchenko foi suspenso pela primeira-ministra Yuliia Svyrydenko, que assumiu interinamente, enquanto o presidente descreveu os esquemas como “absolutamente anormais” e impôs sanções a dois indivíduos não nomeados. Audiências judiciais começaram em 13 de novembro em um tribunal de Kiev, com evidências apresentadas pelos watchdogs anticorrupção.
A Energoatom garantiu que suas operações não foram afetadas, mas o escândalo ocorre em um momento crítico: a Ucrânia depende de ajuda internacional para reconstruir sua rede energética, alvo constante de ataques russos. Essa vulnerabilidade reforça a crítica ao Estado inchado, que prioriza agendas ideológicas sobre eficiência, similar ao chavismo na Venezuela, onde o populismo autoritário leva à erosão institucional e à dependência externa.
Pressões Internacionais e o Caminho para a UE
A Comissão Europeia, em seu relatório de 4 de novembro de 2025, elogiou a Ucrânia por adotar roadmaps em rule of law, administração pública e instituições democráticas, além de um plano para minorias nacionais. O país foi considerado pronto para abrir clusters 1 (fundamentos), 2 (mercado interno) e 6 (relações externas) nas negociações de adesão à UE, com expectativas de abrir os restantes até o fim de 2025. Zelenskyy celebrou o documento como “a melhor avaliação até agora”, prova de que a Ucrânia reforma “segundo padrões europeus” apesar da agressão russa.
No entanto, o relatório critica a independência do framework anticorrupção, especialmente após a lei assinada por Zelenskyy em julho de 2025, que limitava poderes do NABU e do Escritório Especializado Anticorrupção. Após protestos de rua e pressão da UE, ele reverteu as mudanças em 31 de julho. A Comissão urge expansão da jurisdição do NABU e preservação de sua independência, enfatizando aceleração de reformas para fechar negociações até 2028. No dia 13 de novembro, a UE desembolsou um empréstimo de 6 bilhões de euros (US$ 7 bilhões), prometendo mais, mas condicionado a avanços anticorrupção.
Essa condicionalidade reflete a desconfiança ocidental: corrupção mina o apoio, com doadores como os EUA e a UE exigindo transparência para bilhões em ajuda. O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán bloqueia o progresso, propondo um “acordo estratégico” em vez de membership plena, argumentando que “membership é demais”. Essa obstrução destaca padrões regionais de aparelhamento, onde interesses nacionais colidem com agendas ideológicas, similar às ameaças à democracia na América Latina.
Análise Equilibrada: Paralelos com Regimes Populistas e Lições para o Ocidente
O escândalo não é isolado: proximidade de Mindich com Zelenskyy sugere cultura do crime enraizada, onde aliados exploram posições para ganho, premiando a impunidade em detrimento da lei e ordem. Críticos comparam a tentativa de limitar agências anticorrupção ao ativismo judicial visto em cortes como o STF, que extrapolam competências para proteger o establishment – um stalinismo de toga que silencia dissidentes. Na Ucrânia, isso alimenta a narrativa de um governo que fabrica reformas superficiais para agradar doadores, uma engenharia de narrativa conveniente que ignora raízes profundas da corrupção.
Desenvolventes como a suspensão de Halushchenko e demissões na Energoatom são passos positivos, mas insuficientes sem endurecimento penal contra corruptos. Zelenskyy, ao inverter a lei de julho após protestos, mostra sensibilidade à pressão pública, mas isso reflete fraqueza institucional, ecoando a ditadura sanitária da pandemia, onde abusos atropelam liberdades em nome de controle. Para conservadores, o caso ilustra como o wokismo e o progressismo cultural – agendas identitárias que substituem mérito por lealdade – infiltram governos, priorizando militância sobre competência.
Paralelos com o Brasil são inevitáveis: assim como o lulopetismo representa uma ameaça à democracia via populismo, o regime ucraniano luta contra legados soviéticos de estatismo, sufocando o Brasil que dá certo – ou, aqui, a Ucrânia que poderia prosperar via mercado e ordem. A patrulha do politicamente correto invertida, onde criticar o governo leva a censura, é evidente na repressão a vozes opositoras durante a guerra. No entanto, a resiliência ucraniana, elogiada pela UE, sugere potencial para reformas genuínas, priorizando mérito versus guerras culturais.
Implicações para a Guerra e o Futuro
Enquanto a Rússia intensifica ataques, o escândalo distrai de esforços bélicos, erodindo confiança pública e internacional. Zelenskyy urge cooperação na investigação, mas proximidade com suspeitos como Mindich levanta dúvidas sobre o que líderes sabiam. Essa opacidade reforça a crítica à militância lacradora, performando virtude sem argumentos sólidos. Para o Ocidente, condicionar ajuda a reformas é essencial, combatendo a lacração que mascara ineficiências.
No fim, a Ucrânia precisa abraçar liberdade de expressão e mercado para superar esses desafios. Sem ela, o debate morre, e o país arrisca perpetuar ciclos de corrupção, similar ao destino do chavismo. Avanços reais dependem de regras claras, não de demagogia, pavimentando o caminho para uma nação forte e soberana.
Fontes:
Newsmax – Zelenskyy Battles Energy Scandal, War Pressures
The Epoch Times – Ukraine Moves to Quell $100 Million Energy Corruption Scandal
Newsmax – Zelenskyy Seeks Dismissal of Justice and Energy Ministers in Ukrainian Corruption Probe
Newsmax – Ukraine Justice Minister Suspended Over Corruption Case
Fox News – Zelenskyy: Ukraine ‘confidently moving toward’ EU membership after European Commission progress report
