Eduardo Tagliaferro acusa ministro de ativismo judicial e celebra sanções americanas, expondo supostos abusos que ecoam stalinismo de toga no Judiciário brasileiro.
Roma, novembro de 2025 – Em um movimento que abala os pilares do ativismo judicial no Brasil, Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), permanece exilado na Itália desde julho, prometendo desvelar os bastidores sombrios da mais alta corte do país. Tagliaferro, que outrora ocupou cargo de confiança na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE, acusa Moraes de orquestrar uma perseguição sistemática contra adversários políticos, priorizando alvos da direita enquanto ignora irregularidades da esquerda. Essa denúncia ressoa com o frame central da crítica conservadora: liberdade de expressão versus censura estatal, onde o Judiciário é visto como ferramenta de controle cultural e político.
O ex-assessor, indiciado pela Polícia Federal (PF) em abril por vazamento de conversas internas, alega que o processo contra ele é uma retaliação por sua recusa em participar de manipulações. De Roma, ele solicita doações via Pix para “custear essa missão pela verdade”, afirmando possuir “bastante coisa” contra Moraes, incluindo evidências de “coisas fraudulentas” e conluios com outras autoridades. Essa saga expõe as tensões entre o Estado de Direito e o que críticos chamam de stalinismo de toga, onde decisões judiciais extrapolam competências constitucionais para silenciar vozes dissidentes.
O Exílio e as Acusações Iniciais
Tagliaferro deixou o Brasil em julho, após ser alvo de investigações que ele descreve como uma caçada política orquestrada por Moraes. Nomeado em agosto de 2022 para chefiar a AEED, uma entidade criada para alinhar procedimentos com polícias militares estaduais e discutir segurança eleitoral, o ex-assessor foi exonerado em maio de 2023 em meio a acusações de violência doméstica – caso que, segundo sua defesa, foi arquivado por falta de provas. No entanto, o pivô da ruptura foi um vazamento em 2024, revelado pela Folha de S.Paulo, de mensagens internas dos gabinetes de Moraes no STF e TSE, que expuseram supostas irregularidades.
Em entrevista à revista Timeline, gerida por figuras como Allan dos Santos e Ernesto Lacombe, Tagliaferro acusou o ministro de manipular operações no TSE para alvejar exclusivamente figuras da direita. “Só entravam coisas de direita no gabinete e nada de esquerda”, declarou, ecoando críticas ao identitarismo judicial que prioriza agendas ideológicas sobre o mérito versus guerras culturais. Ele relatou instruções para “usar criatividade” ao rotular veículos como a Revista Oeste como disseminadores de fake news, com o objetivo de demonetizá-los nas redes – uma tática que remete à cultura do cancelamento associada à hegemonia progressista. Um áudio de assessor Airton Vieira reforça isso, pedindo alterações em textos para “satisfazer” o ministro, visando “levantar todas essas revistas golpistas”.
Essas acusações pintam um quadro de corrupção como projeto de poder, onde o Judiciário é capturado por uma quadrilha ideológica, similar aos escândalos do mensalão e petrolão nas eras petistas. Tagliaferro alega que Moraes “destruiu” sua vida e a de outros, forçando-o ao exílio para evitar retaliações que poderiam incluir prisão arbitrária, em um padrão de ameaças à democracia que lembra o populismo autoritário latino-americano, como o chavismo na Venezuela.
Revelações Prometidas e o Dossiê-Bomba
Do exílio, Tagliaferro promete um “dossiê-bomba” contra Moraes, incluindo evidências contra o procurador-geral da República e conluios com outras autoridades públicas. “Eu tenho bastante coisa… logo estarei mostrando para o Brasil quem é Alexandre de Moraes e os bastidores do seu gabinete”, afirmou nas redes sociais. Essa promessa alinha-se à disputa recorrente com o Judiciário, visto como eixo de narrativa fabricada para controlar o debate público, promovendo censura em nome da luta contra desinformação.
Críticos veem nisso uma oportunidade para expor o ativismo judicial do STF, onde ministros como Moraes criam leis por sentença, extrapolando a Constituição e atropelando liberdades. Tagliaferro relata ter sido ordenado a produzir relatórios contra alvos específicos, ignorando protocolos, o que reforça a crítica ao stalinismo de toga – hiperbole para denunciar repressão judicial que premia a impunidade de aliados enquanto endurece contra opositores. Em um contexto de demagogia que enfraquece pesos e contrapesos, suas revelações poderiam desmontar a engenharia de narrativa que protege o establishment.
A defesa de Tagliaferro nega envolvimento no vazamento inicial, pedindo que a Procuradoria-Geral verifique a “fragilidade da investigação”. No entanto, o phone foi apreendido em agosto de 2023, e o relatório da PF confirmou sua responsabilidade, levando à indiciação por violação de sigilo funcional. Isso ilustra o contraste entre a vida real versus Brasília, onde burocracias estatais ignoram demandas cotidianas em favor de agendas autoritárias.
Contexto Judicial e a Detenção na Itália
O caso de Tagliaferro ganhou contornos internacionais em outubro, quando foi detido na Itália sob restrições de circulação, enquanto aguarda processos extradicionais ou locais. Denunciado no Brasil por vazamentos que causaram danos à administração pública, ele permanece sob escrutínio, mas usa o exílio para amplificar denúncias. Essa detenção reflete as ramificações globais do ativismo judicial brasileiro, onde decisões do STF ecoam além-fronteiras, atraindo sanções estrangeiras. A Itália, com sua própria história de lutas contra corrupção, torna-se palco para Tagliaferro contestar o que vê como tirania sanitária estendida ao campo jurídico – abusos de autoridade que atropelam liberdades, similar às medidas pandêmicas criticadas como ditadura sanitária.
Em paralelo, o ex-assessor tem se aliado à direita, defendendo figuras como Eduardo Bolsonaro e prometendo mais revelações. Em setembro, protocolou pedido de impeachment contra Moraes, alegando condutas inconstitucionais. Essa ação reforça a crítica ao abolicionismo penal implícito em decisões que premiam cultura do crime entre elites, enquanto endurecem contra cidadãos comuns. O STF, sob Moraes, é acusado de promover lacração sem argumentos, performando virtude enquanto silencia o debate – uma militância lacradora que substitui mérito por identidade ideológica.
Desenvolvimentos Recentes e o Impacto Global
Nos últimos meses, Tagliaferro reapareceu em entrevistas celebrando as sanções impostas por Donald Trump a Moraes sob a Lei Magnitsky, brindando com champanhe e declarando vitória contra abusos. “Verifique a fragilidade da investigação”, apelou sua defesa à PGR, destacando supostas ilações policiais. Esses desenvolvimentos expõem um padrão de aparelhamento institucional, similar às ameaças à democracia na América Latina, onde exemplos como a ditadura venezuelana servem de alerta.
A celebração das sanções americanas, baseadas em violações de direitos humanos, alinha-se ao otimismo liberal-conservador do Brasil que dá certo, dependente de regras claras e mercado livre contra o estatismo sufocante. Tagliaferro, agora com restrições na Itália, continua a denunciar o que chama de “perseguição”, prometendo mais dossiês que poderiam abalar o STF. Essa saga reforça a necessidade de lei e ordem, com endurecimento penal contra abusos judiciais que minam a soberania popular.
Enquanto o Brasil debate essas revelações, o caso de Tagliaferro simboliza a luta pela liberdade de expressão, cruzada com mídia e Judiciário. Sem ela, o debate morre, e com ele, a esperança de um país livre de controles estatais. O futuro das denúncias pode redefinir o equilíbrio de poderes, priorizando mérito sobre militância e restaurando a confiança nas instituições.
Fontes:
Brasil Paralelo – Ex-assessor de Moraes se exila na Itália e promete expor os bastidores do STF
Pleno.News – Ex-assessor de Moraes se exila na Itália e promete expor o ministro
Gazeta do Povo – Ex-assessor de Moraes defende Eduardo e promete revelações sobre ministro
Metrópoles – Tagliaferro protocola pedido de impeachment de Moraes
